quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Enfermagem

       Esta semana é um excelente momento para discutirmos sobre a identidade da enfermagem e os caminhos que permeiam a evolução da nossa profissão.
É chegado o momento em que devemos construir nossa própria identidade, fortalecida pelos conhecimentos científicos e tecnológicos e  princípios éticos e morais.
Estamos colhendo hoje os frutos semeados por Florence.
É maravilhoso vermos o quanto cresceu a enfermagem. Entretanto, o que estamos semeando para nós e nossos sucessores?
Somos a mola mestra do sistema de saúde neste país. 
Merecemos respeito, mas para isso,  precisamos antes,  saber quem somos.
Todos nós sabemos a importância da Enfermagem para a promoção e o restabelecimento da saúde de nossa população, porém, quantos de nós sabemos realmente importância da enfermagem em nossas vidas? 
Deixemos de olhar para o lado e olhemos então para o futuro. Não nos esqueçamos que somos ou seremos gestores e portanto, temos que planejar juntos o crescimento da Enfermagem em nosso país.
Somos suficientemente importantes para galgarmos nosso próprio espaço ao sol.  Lutemos por melhores salários, por reconhecimento.
Vamos nos basear em nosso símbolo para iluminarmos os passos que nos direcionarão a caminho das conquistas.
Enfermagem é arte, dedicação e devoção, mas não é caridade. Enfermagem é ciência.
É muito mais do que um banho no leito ou uma mudança de decúbito.
Libertemo-nos um pouco do tecnicismo e aprofundemo-nos nas questões administrativas e financeiras.
Em contrapartida, esqueçamos um pouco as pranchetas, e aproximemos mais do cliente. Sentindo seu calor humano, entendendo sua dor e utilizando a principal arma para o combate da ignorância, o conhecimento. 
O homem vale pelo conhecimento que ele traz e que pode compartilhar com o grupo.
Devemos sim mostrar que temos capacidade intelectual para desbravar novos horizontes e atuar científica e tecnologicamente sobre as necessidades de nossa população.
Não sejamos apenas um enfermeiro qualquer, mais um na multidão.
Devemos ser a referência para a profissão.
Encontramos muitos nichos individuais. 
Pagamos anuidade de conselho, mas não exigimos nada em troca.
Pagamos anuidade de contribuição sindical, mas não cobramos nada.
A palavra chave é União; União para transpassarmos as barreiras do preconceito, do descaso e da indignação.
A  enfermagem é um gigante adormecido.
No dia que esse gigante despertar, aí sim seremos fortes.
Superaremos obstáculos, conseguiremos conquistas sólidas.
Não precisamos nos comparar à ninguém.
Não devemos buscar referência naquilo que não é igual.
Nós somos os agentes de mudança. Vamos assumir a responsabilidade pelo nosso papel e lutar por uma enfermagem mais coesa e participativa nas questões sócio-políticas do nosso país.
Aí sim, poderemos exigir o respeito que nos cabe.