terça-feira, 16 de novembro de 2010

ENFERMEIRO(A) OU GOVERNANTA?

ENFERMEIRO OU GOVERNANTA
Já passou da hora dos enfermeiros se posicionarem quanto músicos e não instrumentos, quanto escultores e não argila, quanto enfermeiros e não governantas. 
_Enfermeiro, onde está a bandeja de Punção Venosa Profunda?
_Preencha aí que depois eu assino.
_Infecção Hospitalar Cruzada - Por que o enfermeiro não evitou isso?
_Busque isso! Faltou aquilo! O paciente está sujo! Aquela sala está uma bagunça! Cheque os psicotrópicos! Cheque o carrinho de parada!! Registre a entrada! Agora registre a saída! A dieta do paciente não veio!
A enfermagem é muito mais do que isso.  Entretanto, só conseguirá participar ativamente da evolução clínica do cliente se tiver mais tempo para ler e aprender sobre ele, discutir casos clínicos em rounds multiprofissionais...
Se alguém ainda insiste em associar Enfermagem à Caridade, ou Faxina da Casa, ESQUEÇA! A era da lâmpada de Aladim acabou, foi-se. 
A enfermagem tem que sair dos bastidores e assumir o seu papel de ator, neste palco chamado SAÚDE. 
Lembre-se que o conhecimento não tem fronteiras. 
Quantos enfermeiros você já viu mergulharem em livros técnicos ou apresentarem trabalhos em congressos após a Graduação?
Você acha que enfermeiro deveria ganhar mais?
Que deveria trabalhar o mesmo tempo que outras profissões da área de saúde?
Que o enfermeiro deveria ser mais reconhecido?
Pois é, também acho.  Contudo, como conseguir se os próprios colegas (alguns) de profissão sentem o peso da responsabilidade em carregar um “dr.” no peito. Não o “dr.” do doutorado, mas o “dr.” conquistado pela profissão, que simboliza o CONHECIMENTO.  Enquanto uns poucos enfermeiros buscam o fortalecimento da profissão, outros se omitem e até defendem o fim do curso técnico, torcendo para que sua função seja incorporada à profissão do Enfermeiro.  Nada contra o técnico, mas cada um no seu quadrado.  Enquanto alguns técnicos buscam evoluir, outros enfermeiros buscam o caminho inverso. É um retrocesso.
Chega de submissão, chega de ostracismo, chega de inércia.
Levante da última cadeira e sente na primeira, levante a cabeça, olhe nos olhos, exija respeito, mas faça por merecê-lo.
Autor:  Dr. André Catapreta