quarta-feira, 5 de novembro de 2014

CORES

Azuis eram seus olhos
Azul era seu sangue
Embaixo de um azul anil
Os campos verdejantes
Avistados pelos meus verdes olhos,
Sustentavam seu corpo por uma cama de folhas verdes.
O amarelo do sol escaldante
Tocava sua fria pele amarelada
O rubor de sua face desaparecia
À medida que o sangue vermelho vivo jorrava de sua boca
Minha alva e tenra pele
Parecia neve
De tão branca que estava
A vida te deixou enquanto
O azul do céu fluiu
Por um ponto no infinito
Que sugou todas as cores
Deixando apenas o negro e tenebroso preto
Das trevas e da escuridão
Que marcam a sua ausência em minha vida, desde então.

02/09/13

André Catapreta

Amor Atemporal


Seu olhar meigo me entorpece,
Minha pele se arrepia.
Sinto o coração querer saltar pela boca.

As pernas tremem e lutam para sustentar meu corpo.

A respiração é ofegante e sem jeito.
O frio na barriga me congela enquanto
Caminha em minha direção.

Um sorriso me é lançado e
Nova torrente de euforia percorre minhas veias.
A certeza do amor correspondido
É a consumação de uma vida a dois.

As lágrimas, então, rompem a represa de
Meus olhos velhos e cansados,
Que te admiram, como se fosse a
Primeira vez que nos vimos há várias décadas.

Suas mãos frágeis e enrugadas são seguradas
Pelas minhas mãos trêmulas e protetoras.
Meus lábios tocam os teus e
Com os olhos cerrados
Você viaja em seus pensamentos
Relembrando um beijo roubado, num quarto de hotel em Recife,
Que selou o início de nosso amor.

01/09/13

André Catapreta