terça-feira, 30 de novembro de 2010

VOCÊ ESTEVE LÁ TODO O TEMPO

Você chegou como a brisa da manhã,
Cobrindo a minha face com sua presença.
MAS ESTRANHO, EU NÃO PERCEBI.

Seu corpo se desprendia no ar:
Suas mãos inquietas, ao som da melodia,
Transitavam frente a mim.
MAS ESTRANHO, EU NÃO PERCEBI.

O tempo passou, e aos poucos
A trave que insistia em permanecer
À frente dos meus olhos se soltara
Porém, novamente você passou,
Graciosa na minha frente.
MAS ESTRANHO, EU NÃO PERCEBI.

Contudo, algo novo aconteceu:
Num breve, não menos importante, instante,
Novamente você cruzou o meu caminho
E desta vez não dava mais
Para deixar de notá-la.

Nossos olhos fitaram-se
Por apenas um instante,
Mas este pequeno momento
Foi mais do que suficiente
Para ter certeza de que você
Era o sangue que iria
Preencher o meu coração vazio
E fazê-lo bater novamente.

Não foi difícil para o universo
Conspirar a favor da nossa união.

Sem que déssemos conta
Já estávamos entrelaçados
Em nós mesmos.

Após a certeza, a consumação.
Sentir o seu corpo junto ao meu
Pele a pele, foi algo indizível.

A maciez de seus lábios
Contrastando com a aspereza
Da minha barba, ainda por fazer,
A ansiedade e o desejo da primeira vez,
Deram um toque sutil de
Agressividade e paixão incontrolável
Ao momento.

Não foi apenas um ato carnal
Foi bem mais que isso.
Foi algo que foge a compreensão.
E para que tentar compreender o incompreensível?
Para que dizer algo, se as palavras
São substituídas pela vontade
Nada mais que a vontade.

No entanto, depois da alegria
Vem o medo:
O medo do fim, o medo da ilusão...

Mas aos poucos, sem mesmo eu perceber,
Você retirou a trave que insistia,
Relutante, em
Permanecer à frente dos meus olhos,
E que, ironicamente, protegia-me
Por todo esse tempo da
                                      FELICIDADE.

Autor: André Catapreta